★★★★
O sonho do Ti West é ser um Tarantino do cinema de horror.
Com seu cinema referencial e reverencial ao universo exploitation. OK, ele não
é o único, Eli Roth e Robert Rodriguez estão aí para provar, só que sem a
pegada retro de West. E Ti no fundo não passa de um picareta, bom, Tarantino
também, mas com talento para escrever diálogos e situações mais carismáticas.
Dificilmente o trabalho de West me agradou, faltava lhe vida
e sangue no olho. Acho profundamente aborrecidos alguma de sua obras como A
Casa do Diabo, Cabana do Inferno 2, Hotel do Inferno, entre outros bocejos.
O filme que eu tinha mais gostado do diretor foi O Último Sacramento, aquele
inspirado no massacre de Jonestown, comandado pelo biruta Jim Jones... até
chegarmos a este X, uma ode aos slashers e a cinema setentista, e que imediatamente
se tornou meu filme favorito do cara. Finalmente ele acertou a mão – pelo menos
para este pobre escriba, já que ele é cultuado por um punhado de gente mais
esperta que eu. E também marca mais um acerto da produtora A24 (toda vez que leio o nome da empresa, me lembro dos papéis A4).
Um pequeno grupo de jovens aluga uma casinha em uma fazenda
para gravar um filme pornô. Mas a pequena equipe vai ter que lidar com o casal de
velhinhos psycho dono do lugar.
A equipe é formada
pelo diretor RJ (Owen Campbell), um jovem pretensioso e tão intragável quanto a
maioria dos estudantes de cinema. Temos também a namorada do diretor, Lorraine
(Jenna Ortega), que ajuda na captação do som direto e que mais tarde, cansada de
ser zoada, resolve entrar no filme para uma cena de foda, para desgosto do
namorado hipócrita. Temos o produtor executivo, o babaca histriônico Wayne
(Martin Henderson) e a namorada deste, Maxine (a inglesinha Mia Goth daquele
remake lixoso do Suspiria), que é a estrela principal e sonha em ser uma
estrela do pornô. Completam o time Jackson (Kid Cudi), um negro bem dotado e
único ator do tal pornô e a atriz loira peituda Bobby Line (Brittany Snow).
Como de praxe nos filmes do Ti West as coisas demoram um
pouco para acontecer, mas desta vez ele soube levar o filme sem cair no tédio, óbvio
que o clima de sacanagem ajuda a espantar qualquer tédio que poderia vir.
Há um porém, para o filme fluir é necessário que o espectador
engula a premissa básica: um casal de velhinhos que mal param em pé exterminando
jovens saudáveis. O mesmo problema ocorreu com um slasher argentino, Sudor
Frio (2010) de Adrian Garcia Bogliano, onde um grupo de velhos torturadores dos
tempos da ditadura que brincam com sua vítimas usando nitroglicerina, quem não
engoliu isso, achou o filme uma merda, como embarquei no Argentino e neste X,
sai feliz, afinal, o cara não se acostumou a ver slashers com assassinos
inexplicavelmente imortais? Verossimilhança que vá às favas! Queremos diversão! (nem vou falar na surpresa final, dispensável e boboca, que há aqui).
O filme brinca com o moralismo tacanho, a filmagem retro de
Ti West desta vez consegue emular corretamente a época tratada e cenas de
tensão maravilhosas! Uma obra com mais acertos que erros e assim como o segundo
filme da franquia Rua do Medo, que emulava os slashers de acampamento,
voltamos a Era do VHS com seus filmes lixosos maravilhosos!
Continue assim Ti West.
(nem vou falar na surpresa final, dispensável e boboca, que há aqui). Ajuda aí Blob, qual é. Acho que perdi isso
ResponderExcluirSPOILER: a de que o pastor televangelista era pai da Maxine... pra quê aquilo? dispensável, né?
ExcluirTambém nunca fui fã do Ti West, mas o filme é Phoda!
ResponderExcluirMuito legal. Não entendo o povo resmungando.
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