A Mulher de Frankenstein (La Figlia di Frankenstein / Lady Frankenstein, Itália, 1971) – Mel Welles, Aureliano Luppi
★★★
Milésima
variação da história clássica de Mary Shelley, aqui numa versão espaguete com
sangue falso, sacanagem e maquiagem ruim. Vamos lá.
O filme já
abre com Barão Frankenstein (Joseph Cotten) comprando cadáveres de ladrões de
túmulos, seu plano, como todo mundo tá careca de saber, é construir um ser vivo
partindo de carne morta.
Usando
pedaços de corpos e o cérebro de um criminoso enforcado, o Barão Frankenstein
consegue dar vida a sua criatura, que o mata imediatamente, foge do castelo e
sai por aí matando aldeões.
Hilária a
cena em que o monstro (Riccardo Pizzuti, visivelmente atrapalhado por baixo da
maquiagem pesada) encontra um casal transando no mato, enquanto o amante sai
correndo em disparada, o monstro pega a moça nua no colo e a atira nas águas de
um rio (uma evidente paródia a famosa cena da garotinha do Frankenstein de
James Whale).
Como merda
pouca é bobagem, Tanya tem uma ideia ‘brilhante’ para enfrentar o monstro,
vingando assim seu pai e terminar com as mortes do populacho, a solução seria
simples: criar outro monstro para enfrentar o primeiro!
Tanya
planeja usar o corpo de Thomas (Marino Masé de Amor de Vampiros), o idiota da
aldeia que faz bicos no castelo. Embora bonitão e atlético, o jovem sofre de
retardamento mental, sendo assim, a filha de Frankenstein usaria o corpo deste
e o cérebro do cordeirinho Dr. Marschall, e a cientista conseguiria assim um
criatura para deter a criatura criada pelo seu pai, mas também o amante que ela
julga ideal (até que a moça não é boba).
Paralelo a
isso temos um capitão da polícia xeretando (interpretado pelo megacanastrão
Mickey Hargitay, aqui contido nas caretas) e a população se revoltando.
Tudo
converge para uma cena final das mais impagáveis.
A Mulher de
Frankenstein (mais um equivocado título brasileiro) é uma tranqueira daquelas,
pena que seja muito irregular, com muitos momentos mortos. A primeira metade
quase não acontece nada, só quando o monstro ressuscita que o filme ganha vida.
O decadente
Joseph Cotten, ator norte-americano que na época das vacas gordas trabalhou com
gênios como Orson Welles (Cidadão Kane, Soberba) e Alfred Hitchcock (A
Sombra de uma Dúvida) aqui interpreta o Barão Frankenstein que já morre na primeira
metade do filme, aliás, o ator não tem muito o que fazer em cena mesmo. Já a
bela Rosalba Neri, com vasto currículo no cinema exploitation italiano, parece
se divertir a beça com sua ambígua personagem, interessada tanto pelos
mistérios da ciência quanto por um bom sexo.
Destaque para a maquiagem do monstro, que não segue o padrão 'imposto' pela Universal (me refiro ao estúdio de cinema, não aquela igreja picareta, por favor...), parecendo mais com a criatura do The Thing original.
A direção
ficou a cargo do norte-americano Mel Welles, mais lembrado por sua carreira de
ator em filmes como A Pequena Loja de Horrores do Corman, ele também foi dublador da
versão em inglês do personagem Karas do seriado Spectreman, entre outras proezas. O filme teve
alguns problemas de produção, incluindo problemas de financiamento com bancos
italianos, reduzindo drasticamente o orçamento. E assim algumas cenas parece
que foram dirigidas pelo obscuro Aureliano Luppi, em seu único crédito como
diretor, o que ele fazia antes? Bem... foi roteirista do Bruno Mattei no
naziexploitation KZ9 – Larger di Sterminio.
De qualquer forma, se procura uma tranqueira exploitation para passar o tempo, tente isto.
Yeaaahhh!!!
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