★★★★
Amor, Plástico & Barulho, filme de estreia da diretora
Renata Pinheiro é a vitória da forma sobre o conteúdo. Ao mergulhar no universo
do brega recifense, o filme emula o brega nos figurinos, nos cenários e na
trilha sonora obviamente, mas com um cuidado cinematográfico que atinge
resultados plasticamente muito interessantes.
Temos aqui Jaqueline (Maeve Jinkings), uma cantora outrora de
sucesso que agora está caindo em decadência e Shelly (Nash Laila), uma
dançarina que sonha em ser cantora. Sobre as desilusões e rivalidades entre as
duas, vizinhas de quarto do mesmo cortiço, que gira a trama e os outros
personagens, como DJ Perigo (Leo Pyrata) que troca a bailarina pela cantora, e
Allan (Samuel Vieira) cantor brega que está se tornando a nova sensação, ex da
cantora que fica com a dançarina.
A narrativa é o ponto frágil. Fragmentada e pulverizada. A
diretora ainda coloca algumas imagens roubadas do YouTube para pontuar algumas
cenas, o problema é que tais imagens acabam soando dispensáveis. No entanto os momentos marcantes prevalecem, como Jaqueline fazendo a passagem de som chorando, cantando a capella "Chupa que é de Uva" do Aviões do Forró, ou
quando Shelly e Allan dançam em uma danceteria, a garota tira a blusa e logo ao
lado, o casal está em uma cama de motel, numa elipse muito interessante.
O ponto forte são o olhar carinhosa sobre o brega, o popular,
o povão mesmo e a dupla de protagonistas. A entrega de Maeve Jinkings e Nash Laila vale cada
pedacinho do filme, e a cena final com elas é muito tocante.
Ainda preciso assistir Carro Rei, último filme de Renata Pinheiro, que aqui se mostra um talento muito promissor.
Pow! É muito da ora esse filme. E Carro rei também... tem ótimos momentos. Mas acho que fico com esse pela trilha sonora haha.
ResponderExcluirAinda preciso ver Carro Rei!
Excluir