Amor, Plástico & Barulho (Brasil, 2013) – Renata Pinheiro

★★★

Amor, Plástico & Barulho, filme de estreia da diretora Renata Pinheiro é a vitória da forma sobre o conteúdo. Ao mergulhar no universo do brega recifense, o filme emula o brega nos figurinos, nos cenários e na trilha sonora obviamente, mas com um cuidado cinematográfico que atinge resultados plasticamente muito interessantes.

Temos aqui Jaqueline (Maeve Jinkings), uma cantora outrora de sucesso que agora está caindo em decadência e Shelly (Nash Laila), uma dançarina que sonha em ser cantora. Sobre as desilusões e rivalidades entre as duas, vizinhas de quarto do mesmo cortiço, que gira a trama e os outros personagens, como DJ Perigo (Leo Pyrata) que troca a bailarina pela cantora, e Allan (Samuel Vieira) cantor brega que está se tornando a nova sensação, ex da cantora que fica com a dançarina.



A narrativa é o ponto frágil. Fragmentada e pulverizada. A diretora ainda coloca algumas imagens roubadas do YouTube para pontuar algumas cenas, o problema é que tais imagens acabam soando dispensáveis. No entanto os momentos marcantes prevalecem, como Jaqueline fazendo a passagem de som chorando, cantando a capella "Chupa que é de Uva" do Aviões do Forró, ou quando Shelly e Allan dançam em uma danceteria, a garota tira a blusa e logo ao lado, o casal está em uma cama de motel, numa elipse muito interessante.  

O ponto forte são o olhar carinhosa sobre o brega, o popular, o povão mesmo e a dupla de protagonistas. A entrega de Maeve Jinkings e Nash Laila  vale cada pedacinho do filme, e a cena final com elas é muito tocante.

Ainda preciso assistir Carro Rei, último filme de Renata Pinheiro, que aqui se mostra um talento muito promissor.



Comentários

  1. Pow! É muito da ora esse filme. E Carro rei também... tem ótimos momentos. Mas acho que fico com esse pela trilha sonora haha.

    ResponderExcluir

Postar um comentário