Castle Falls (EUA, 2021) - Dolph Lundgren

Quer um filme de ação B honesto e empolgante? Eis aqui um.

Temos Mike Wade (Scott Adkins), um ex-lutador de MMA, que está falido e dormindo nem seu carro velho, nem o aluguel da casa ele conseguiu pagar. Ele consegue um bico em uma obra peculiar. Limpar um hospital abandonado que está prestes a ser demolido, para a construção de um novo. Só que ele acha por acaso, escondido numa parede, uma bolada de dólares.



 Em outro lado temos Richard Ericson (Dolph Lundgren), um agente penitenciário cuja filha com câncer precisa fazer urgente uma operação garota interpretada por Ida Lundgren, sim, realmente filha de Dolph). No entanto, para arranjar o dinheiro, o cara precisa pegar a bolada escondida no hospital, que ele ficou sabendo através de um preso, que foi o mesmo que escondeu o dinheiro.

E por último, temos os bandidos, uma quadrilha de traficantes cujo dinheiro pertencia a eles, mas foi roubado pelo tal preso.

Todos irão se aglomerar nesta caça ao tesouro, em um prédio que irá implodir dentro de uma hora e meia.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi a direção de Dolph Lundgren (depois fui checar no IMDB e descobri que este é seu sétimo longa). E não é que o He-Man da Cannon faz o trabalho direitinho. Se saindo bem tanto nas cenas de ação quanto nos momentos dramáticos (e aí está uma grande surpresa).  



Alguns afoitos poderão reclamar que não há ação na primeira metade do filme, mas Lundgren, e o roteirista Andrew Knauer entenderam que precisava desenvolver os personagens e construir seus dramas a identificação da plateia, e claro que isso foi acertado, difícil não torcer pela dupla Mike/Scott Adkins e Richard/Dolph Lundgren, dois fodidos, não só financeiramente, mas fisicamente, Mike tem um problema no ombro, que comprometeu sua carreira de lutador, já Richard está velho e mal consegue subir as inúmeras escadas do hospital abandonado. 

Já na segunda metade, quando o pau come, e com gosto, o filme parece uma mistura de Os Saqueadores do Walter Hill com um Duro de Matar dos pobres, só que em um prédio caindo aos pedaços e prestes a explodir. Se o orçamento limitado impede cenas de ação cheia de explosões e pirotécnicas, por outro lado, favorece as cenas de conflito na mão, e as coreografia de lutas são bem legais. O filme ganha uma áurea de filme de ação old school, daqueles que fazia a alegria da rapaziada nos Tela Quentes da vida nos anos 90. As locações em um hospital desativado real (Carraway Methodist Medical Center building em Birmingham, Alabama) dão ainda mais credibilidade a produção. O roteiro é correto e os diálogos estão bem escritos. Sem falar no ótimo clímax, a luta final entre Adkins e o vilão (interpretado por um asqueroso Scott Hunter), enquanto o momento para a demolição do prédio está chegando. 



Apesar das boas cenas de ação, a alma do filme está na da dupla de protagonistas, tanto o inglês Adkins quanto o sueco Lundgren esbanjam carisma como os protagonistas pobres que precisam de dinheiro para resolverem seus problemas. É a quarta vez em que os dois trabalham juntos, os outros foram: Soldado Universal 4 - Juízo Final, Os Mercenários 2 e A Tumba do Dragão.

Enfim, uma grande surpresa.



 


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