Cyst (EUA, 2020) – Tyler Russell

★★★

O que pode ser mais honesto e legal do que uma homenagem as tralhas divertidas e vagabundas de sci-fi/terror sendo a própria uma tralha divertida e vagabunda? Apostando no “quanto pior e mais escroto melhor” com um orçamento minúsculo e elenco canastrão? O resultado é muito mais simpático, autêntico e efetivo do que os ‘mendigos de luxo’ fabricados por Tarantino, Rodriguez e assemelhados, que fazem filmes caros que tentam emular produções vagabundas.

O filme se passa no começo dos anos 60, em um hospital especializado em tratar cistos. Dr Guy (George Hardy), dono da clínica, está para receber a visita de um fiscais de patente, é que o médico é metido a inventor e quer patentear uma máquina a laser, que criou para extrair cistos.



A enfermeira Patty (a alemã Eva Habermann), vítima dos experimentos do patrão, anuncia sua demissão, e aquele seria seu último dia no hospital.

O experimento da maquina, que iria tirar um cisto das costas de um estágio, dá errado e o tal cisto sai do corpo da cobaia humana e cria vida, atacando quem vê pela frente, assim como vai criando tamanho, até ficar do tamanho d e um humano.

Com efeitos práticos bem legais, a cargo de, entre outros, Kyle Roberts, que veste a roupa de borracha do cisto quando grande, e que parece aquelas criaturas bizarras do seriado Spectreman, o filme se sai melhor do que o esperado. Quando o cisto sai do corpo do homem, criando vida própria, com olhos e pernas, impossível não lembrar de The Thing do Carpenter. Isto sem falar da maquiagem de enormes cistos, que invariavelmente vai esguichar jatos de pus na cara da enfermeira Patty.



No elenco o destaque absoluto vai para George Hardy do mítico Trolls 2 de Claudio Fragasso, considerado por muitos um dos piores filmes já feitos. Hardy, com sua canastrice e exageros, está perfeitamente hilário como o ambicioso médico/inventor maluco. Também temos, como um dos fiscais de patente, Greg Sestero, de outro ‘clássico’ das listas de piores filmes, The Room de Tommy Wiseau. O perfeito exemplo de elenco ruim para filmes ruins. Ah, ainda temos Greg Jones de Os Oito Odiados (olha o Tarantino aí minha gente) e Onde os Fracos Não tem Vez dos Coen Bros., mas cujo melhor papel foi o do 'Jim Jones' em O Último Sacramento (o único Ti West que realmente presta). Greg está  hilário como o paciente idoso e caduco que aguarda ser chamado na sala de espera do hospital. 

Com muito gore e piadas escatológicas e uma duração mágica de apenas uma hora e oito minutos (como eu amo isso), Cyst é diversão garantida para quem gosta de bagacerices rápidas e rasteiras.

Perfeito para acompanhar com cervejas.

  


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