★★★
Quando se fala no diretor espanhol José Ramon Larraz (1929-2013), logo pensamos em duas obras: Vampyres e Symptons (ambos de 1974), mas o currículo do homem, com quase trinta títulos, tem algumas preciosidades interessantes escondidas, ainda que não necessariamente 'boas', como o bagaceiro Los Ritos Sexuales del Diablo e os slashers pé-de-chinelo A Beira do Machado e Deadly Manor, além deste divertido Descanse em Piezas.
Temos aqui Helen (a tão bonitinha quanto medíocre Lorin Jean Vail) e seu
marido Bob (Scott Thompson Baker) se mudam para a mansão que pertencia à tia da
moça, uma velha ricaça excêntrica chamada Catherine Boyle (a veterana Dorothy Malone, que nos bons tempos fez À Beira do Abismo do Hawks, aqui em seu penúltimo filme, o último foi Instinto Selvagem do Verhoeven).
Helen herdou a fortuna da tia, que se suicidou tomando veneno
diante de sua câmera de VHS.
Ao chegar na residência, nossa protagonista e seu companheiro
terão que lidar com os empregados estranhos, incluindo a faxineira ninfomaníaca
(Carole James), e um grupo de inquilinos, que moram em chalés na propriedade.
A trama vai tomando reviravoltas que envolvem fantasmas,
mortos-vivos e, claro, assassinatos.
Na verdade, nada faz muito sentido aqui, o que vale é seu
clima surreal, praticamente um pesadelo, só que carregado de um humor negro
peculiar. Humor reforçado pelo look cafona dos personagens, bem ao estilo
oitentista.
Geralmente esnobado e humilhado, quando não esquecido, este “Descanse
em Piezas” está longe de ser um grande filme, ou mesmo uma obra memorável, mas
diverte pelo seu clima curioso, sua trama original (ainda que fica aquela
sensação de que um bom roteirista, a coisa poderia ter rendido bem mais) e uma
fileira de personagens bizarros por conta dos inquilinos. Sem falar de alguma nudez e momentos
sangrentos.
Mas a melhor cena acontece logo no começo, pouco depois dos
créditos, onde temos um dos jumpscares mais divertidos que já vi!
Relaxe e divirta-se.
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