O Tempo e a Maré (Shun liu ni liu / Time and Tide, Hong Kong/China, 2000) – Tsui Hark

 ★★★★

Por trás deste título poético temos um filme de ação made in Hong Kong estiloso e estilístico, realizado por um dos mais bem sucedidos diretos daquelas bandas.

Tyler (Nicholas Tse) é um barman, que depois de uma noite de bebedeira, acaba engravidando uma garota, que na verdade era uma policial em missão e lésbica.

Na tentativa de ajudar a mãe do seu filho, apesar da recusa desta, Tyler consegue um trampo numa agência de guarda-costas falcatrua.



Num desses encontros casuais da vida, nosso atrapalhado protagonista conhece o lacônico Jack (interpretado pelo cantor e astro do rock chinês Wu Bai), cuja esposa também está grávida e seu sogro é um homem poderoso, embora ele, Jack, trabalhe em um açougue.

Como nem tudo se parece, Jack é um ex-mercenário que pretende levar uma vida honesta. Claro que algumas arestas do passado de Jack começam a apontar. E claro que o caminho de Tyler e Jack, irão se cruzar mais de uma vez.

Tsui Hark aqui apostou em um experimentalismo narrativo e visual, mexendo com perspectivas a todo instante, e se a trama trança as pernas lá pelas tantas, sobra cenas de ação estonteantes, principalmente uma caçada dentro de um prédio à la COHAB de Hong Kong. 



Sem falar na obsessão com pombos, também visto nos filmes de John Woo, deve ser uma pira dos caras de lá. 

A parte técnica é um assombro, tanto na edição quanto na fotografia, até os golas rolês do Les Cahiers du cinema se renderam as pirotécnicas de Hark, elegendo o filme uma das melhores fotografias daquele ano.

Um espetáculo.



 

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