The Accursed (EUA, 2021) - Kathryn Michelle, Elizabeta Vidovic

 ★★★

Folk horror independente dirigido por duas mulheres, realizado com poucos recursos, e que alcança alguns resultados curiosos.

Já no prólogo temos, em uma festa de ciganos, uma mulher que pega seu marido em flagrante, transando com sua melhor amiga. A cigana despeitada, que também é bruxa, mata o marido e joga uma praga na amiga, amaldiçoando toda a linhagem dela, mas esta mata a esposa traída, aparentemente antes de consumar a maldição. Logo entra em cena a irmã da amante que ajuda a enterrar o corpo da morta e, para que a maldição não se concretize, amputa a mão que a amante usou para matar a moça, e repousa a mão decepada na boca da defunta e assim enterra-a. Se por acaso a mão for separada do crânio, a maldição se concretizará.

Admita, não é um começo interessante? Só nos primeiros minutos aqui têm mais ação que toda a filmografia do Ari Aster!



Depois o filme pula 22 anos aonde o filho da cigana de uma mão só irá se casar com uma moça norte-americana (interpretada por Izabela Vidovic, filha de uma das diretoras). Só que o cadáver da cigana morta com a mão na boca está enterrado no quintal do pátio, e isso é o começo de algumas confusões e reviravoltas dignas de telenovelas, mas que alcançam um clima interessante.

O filme tem seus problemas, como o orçamento limitado, o elenco fraco, onde muitos ali não convencem como ciganos, a inexperiência das diretoras, as já citada reviravolta bobinha.

Por outro lado, ao tratar de bruxaria cigana admito que não conheça nada de sua cultura, portanto não tenho ideia o que aqui foi invenção do roteiro e o que realmente faz parte do folclore deste povo – de qualquer modo o filme cria uma mitologia própria e um clima original. Principalmente em elementos fantásticos, como as plantas espinhosas que parecem ter vidas próprias. sem falar no terço final, com direito a possessões e sangramentos.

Mesmo que você não vá curtir, tem de admitir que aqui tem ideias instigantes. 



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