★★★★
Blake Edwards hoje é mais lembrado por suas comédias com Peter Sellers, como a franquia A Pantera Cor-de-Rosa ou Um Convidado Bem Trapalhão, ou até mesmo suas obras em fim de carreira com o então astro em ascensão Bruce Willis (Encontro às Escuras, Assassinato em Hollywood).
OK, tem Corrida do Século, Bonequinha de Luxo, etc. No
entanto pouca gente se lembra que Edwards foi roteirista, produtor, ator
(inclusive trabalhou numa deliciosa tranqueira de terror B Stragler of the
Swamp). E que realizou filmes sérios e densos como Vício Maldito, sobre o alcoolismo.
E também fez este esquecido e brilhante thriller Experiment in Terror, que
inclusive influenciou o cineasta David Lynch.
John Ripley (Glenn Ford com seus trejeitos canastrões de sempre) é o agente do FBI encarregado de descobrir quem é o bandido e capturá-lo.
Começa um jogo de gato e rato, com nuances noir, seja pela fotografia, seja pela caracterização e ambiguidade de alguns personagens, como uma suposta amante do vilão ou um excêntrico informante da polícia.. Até chegarmos no clímax, que será numa partida
de baseball (não se preocupe se você não goste ou não entende nada do esporte, isto não compromete a fruição da sequência)
Já na abertura, logo após os créditos, com Kelly sendo atacada
em sua garagem pelo bandido, com o rosto protegido pelas sombras, o filme nos
joga num clima de tensão permanente, onde suas mais de duas horas de duração
fluem que o espectador nem sente.
Blake Edwards manipula o suspense com maestria hitchcokeana, com bom uso
da câmera, da trilha e da montagem.
Enfim, um daqueles ótimos filmes de suspense que quando
termina, estamos com aquele sorriso no rosto de satisfação.
Altamente recomendável.
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