★★★★
Bizarro e insano estudo sobre a loucura e infantilismo, com muito
humor negro britânico.
A jovem e bela Girly (Vanessa Howard) e seu irmão Sonny (Howard Trevor), são adolescentes que agem como crianças pequenas, eles sequestram
mendigos, bêbados e quem mais marcar bobeira levam para a enorme mansão em que
moram, com sua mãe, Mumsy (Ursula Howells) e a empregada Nanny (Pat Heywood).
Eles tentam força uma convivência de uma ‘família feliz’, e onde os
cativos são incorporados como ‘novos amigos’, sendo obrigados a participarem
das brincadeiras infantis dos filhos, caso contrário serão mandado para os
anjos (isso mesmo que você está pensando).
O diretor Freddie Francis (1917-2007) foi um competente diretor de
fotografia, trabalhando com diretores como David Lynch (O Homem Elefante, Duna, Uma História Real) e Martin Scorsese (Cabo do Medo), entre outros. Na cadeira de diretor, foi
operário da Hammer (Cilada Diabólica, O Monstro de Frankenstein, Drácula –
O Perfil do Diabo, etc) da Amicus (As Profecias do Dr. Terror, A Maldição
da Caveira, As Torturas do Dr. Diabolo, etc), além de tranqueiras toscas e
divertidas (Trog, o Monstro da Caverna, A Lenda do Lobisomem, O Carniçal,
etc).
Mumsy, Nanny,
Sonny & Girly foi o trabalho mais autoral de Francis, um filme em que
queria ter, e teve, maior controle, e não ser um mero empregado de estúdio. E
também ele queria explorar bem as dependências da mansão Oakley Court, que foi
cenário de dezenas de filmes.
O fracasso foi tão grande que a atriz
Vanessa Howard, embalada por outros fracassos na mesma época a carreira, acabou
abandonando a carreira cinematográfica e indo se casar com um milionário
norte-americano.
Por falar nela, Vanessa, então com 22
anos, carrega o filme nas costas, ora infantilizada, ora sensual, ora
diabólica, ora completamente insana, a moça domina o filme de cabo a rabo. Não
que o resto do elenco seja ruim, mas a garota os coloca no bolso.
A trama, cheia de jogos infantis
distorcidos e um clima de loucura geral lembra vagamente coisas como Alice no
País das Maravilhas ainda mais torto, ou se preferir, sobre famílias dementes, o clássico Spider Baby (1967) de jack Hill
Um filme original e perturbador que merece ser visto.
Comentários
Postar um comentário