Night of the Juggler (EUA, 1980) – Robert Butler

★★★★

Esta é uma daquelas imundices escondidas do mundo e que precisa ser descoberta. Um filme de ação brucutu que não se mixa em mostrar uma Nova York suja, violenta e decadente.

Sean Boyd (James Brolin) é um ex-policial que ganha à vida como caminhoneiro. Nos seus tempos de delegacia, resolveu denunciar um esquema de corrupção de seus colegas e acabou demitido. Este projeto de Serpico vira quase um Chuck Norris, quando sua filha de treze anos é raptada por um lunático (Cliff Gorman). Pior, a menina foi raptada por engano, o maluco confundiu a garota com a filha de um milionário do ramo empresarial, que segundo o sequestrador, seria o culpado pela favelização do bairro em que mora desde a infância.

Boyd vira uma máquina de raiva e truculência, caçando o sequestrador pelas ruas de Nova York. De início temos uma perseguição com Boyd roubando carros (inclusive a de um pastor evangélico em um momento hilário), espancando um guardinha e derrubando o que tiver na frente para impedi-lo de recuperar sua filha.

O ex-tira terá que enfrentar alguns inconvenientes em sua trajetória, como policiais, um policial corrupto que quer matá-lo, sua ex-mulher, leões de chácara de um peep show, e uma gangue de rua, até o derradeiro encontro com o seqüestrador psicótico.

Filme que mostra uma Nova York corroída pela miséria e a violência, é mais um para engrossar o filão de obras que passeiam pelo lado escuro da ‘Big Apple’ como The Warriors, Taxi Driver, Maniac, New York Ripper, Driller Killer entre outros.

A produção do filme foi tumultuada, começou em 1978 com o diretor Sidney J. Furie, mas James Brolin acabou quebrando o pé, depois de vinte e tantos dias de filmagem, o que estagnou a produção. Furie abandonou as filmagens e acabou até ganhando um processo dos produtores, por quebra de contrato, chegaram a cogitar John Frankenheimer, mas o filme foi terminado pelo hoje obscuro Robert Butler, e lançado apenas em 1980. E apesar de ser de um grande estúdio (Columbia Pictures), o filme tem cara e sujeira do cinema independente. Acabou sendo um fracasso nos cinemas e caiu injustamente no limbo.

O filme, com uma trama simples, aborda temas como luta de classes, corrupção policial, racismo, isso tudo sem deixar o ritmo cair. Brolin como o pai que tenta implacavelmente resgatar a filha, está ótimo.

Diversão movimentada, tensa, suja, casótica e truculenta.



 


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