★★★★
Tão cultuado quanto pouco visto clássico da Hammer dirigido
pelo grande nome da produtora, o Mestre Terence Fisher, e baseado em fatos
reais.
Na índia de 1829, o Capitão Harry Lewis (Guy Rolfe), oficial
da Companhia das Índias Orientais (uma empresa privada que praticamente dominou
a índia durante aquele período) investiga o desaparecimento de nativos e acaba
chegando até um grupo de ladrões e assassinos, cultuadores da Deusa Kali.
Filmado em estúdio na Inglaterra, com uma belíssima fotografia em preto-e-branco, “Os Estranguladores de Bombaim” foi inspirado nos crimes dos Thugs, ou Tugues, em português, uma seita de assassinos supostamente surgida no século 17, mas que tem raízes que remota ao século 13. E que foi desmantelado em 1929/30 pelo oficial britânico William Henry Sleeman, em que o personagem Harry Lewis foi inspirado – curiosamente o nome de Sleeman é citado nos créditos finais, assim como o nome da seita, Tugues, é sequer mencionada ao longo do filme. Os Tugues agiam durante todo o território indiano, atacando caravanas, pilhando e matando. Seu modus operandi era estrangular suas vítimas com um lenço que usavam amarrado na cintura, o que nisto o filme é bem fiel.
Na
literatura, a tal seita foi citada por escritores como Mark Twain, Júlio Verne,
Arthur Conan Doyle e até Jô Soares em seu O Homem Que Matou Getúlio Vargas.
No cinema é citado em clássicos de aventura como Gunga Din e Indiana Jones e
o Templo da Perdição. O grupo também inspirou o nome de uma banda punk
francesa (Les Thugs).
O genial Terence Fisher, como era de se esperar, dirige com
firmeza e constrói momentos de tensão e suspense. Além de momentos de impacto,
como os dois thugs que são castigados com os olhos queimados, ou a cena de fratídico.
Embora não tenha nenhuma das grandes estrelas da Hammer
(leia-se Christopher e Peter Cushing), o elenco é sólido, com destaque para Guy
Rolfe como herói persistente.
Some tudo isso a duração enxuta de uma hora e vinte minutos e
teremos um passatempo de alto nível.
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