The Boxer’s Omen (Mo, Hong Kong, 1983) – Kuei Chih-Hung

★★★★

Kuei Chih-Hung foi o cultuado diretor de filmes de horror da lendária Shawn Brothers. E este Mo, mais conhecido pelo título internacional de The Boxer’s Omené sua magnum opus da insanidade e bizarrice.

O filme é uma continuação (ou seria um spin-off) de um filme anterior do diretor: Gu, mais conhecido como Betwitched, que já era ótimo e esquisito (aliás você pode ler sobre ele aqui). Porém Chih-Hung  desta vez meteu o pé na jaca e partiu para todos os excessos possíveis.

AVISO: se você for assistir apenas este The Boxer’s Omen sem ter assistido Betwitched e achar que a coisa toda não faz muito sentido, e isto pode ser pelo fato de não ter assistido o anterior, relaxe. Quem assistiu o anterior também vai achar que nada faz sentido de qualquer forma!

O filme começa com uma luta de boxe tailandês, onde participa o lendário ator Bolo Yeung fazendo o o que sabe de melhor nos filmes: lutando sujo e trapaceando o adversário. O oponente de Yeung fica aleijado, e seu irmão e treinador Chan (Phillip Ko) promete vingança, desafiando Bolo para uma luta daqui a uns meses.

Enquanto isso Chan é assediado pelo fantasma de um monge budista (o mesmo que enfrentou o bruxo vilão em Betwitched, que lá pelas tantas acaba tendo seu confronto final sendo reproduzido aqui).

Chan descobre que ele e o tal monge fantasma foram irmãos gêmeos em vidas passadas, e o fantasma pede que Chan se vingue do bruxo que liquidou o monge, pois o feitiço que lançaram contra o morto o está impedindo de alcançar a imortalidade e isto pode acarretar a morte do próprio Chan (?!). No fim das contas não é muita vingança prum cara só?

Porém para enfrentar o bruxo, Chan precisa virar um monge em um templo budista na Tailândia.

Temos aí um climático duelo sobrenatural. Chan derrota o bruxo, volta pra Hong Kong, transa com sua namorada e perde seus poderes de monge, o bruxo volta com tudo, com ajuda de outros bruxos eles criam uma criatura maligna, em forma de mulher pelada. E após alguns feitiços nosso herói quase perde a luta pro Bolo Yeung, retorna pra Tailândia e se prepara para enfrentar o mal, se alimentando da água de um fungo milenar untado com mel e que fica dentro da estátua de um Buda.

O clímax se dá com Chan enfrentando as forças do mal dentro de um templo budista no Nepal!

Resumindo assim não dá um milésimo da ideia das insanidades contidas aqui. Temos de uso um pouco: um bruxo que consome tripas de uma galinha estripada, e depois vomita uma gosma branca para em seguida consumir o próprio vômito! Uma enguia sai da boca de um homem, gente saboreando vômito alheio, agulhas ‘brotam’ das pálpebras, cabeças voadoras, e ainda tem vermes, serpentes, ratos, gosmas esquisitas, galinhas degoladas, etc... tudo em cenários cafonas kitsch, satânicos carnavalescos. Alguns efeitos são impressionantemente vagabundos, com criaturas que não passam de bonecos de pano com cara de bonecos de panos, efeitos de raios, tudo isso contribui para o clima demente alcançado aqui. Um delírio surrealista que chega a lembrar as maluquices de um Jodorowsky.

Eu poderia ficar falando horas e horas que não faria jus a esta obra bizarra e louca.

Tem que ver pra crer.



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