Missa da Meia-Noite (Midnight Mass, EUA, 2021) – Mike Flanagan

 ★★★

“Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim”

Coríntios 11-25

(esta citação não está na série, catei no Google, mas poderia estar...)

Depois da cerveja sem álcool e do café descafeinado, o que mais poderiam inventar? Sim, vampiros católicos!

Piadas (e spoilers) à parte, sabemos que isso já não é novidade, afinal, já tivemos um padre vampiro em Sede de Sangue (Thirst, 2009) de Park Chan-Wook, estrelado pelo Song Kang-Ho, o Ricardo Darín da Coréia do Sul.



Crockett é uma ilha isolada, cuja comunidade é formada por pescadores pobres e decadentes. Chega a ilha o filho pródigo Riley Flynn (Zach Gilford), que passou uma temporada na prisão após atropelar e matar uma moça, enquanto dirigia bêbado. Chega também à ilha um padre novo e carismático (Hamish Linklater). O que acarretará estranhos ‘milagres’ e uma fissura na já combalida relação social do local.

Esta badalada minissérie da Netflix é carregado de temas cristãos, como culpa, arrependimento, busca da redenção, etc, etc, etc...

O problema é o falatório, a minissérie, que carrega a arrogância de se achar mais relevante do que é; então dá-lhe discursos... praticamente todos os personagens centrais tem seu momento de epifania discursiva. É tanto blábláblá e trololó que chega a pesar os olhos em alguns momentos. Também dá a impressão de que se enxugassem os diálogos, a minissérie de mais de 7 horas, viraria um longa de 3, 2 horas, mas o criador Mike Flanagan tem uma queda pelo melodrama...



Mas nem tudo são pedras, a obra tem um visual interessante e grandes momentos, como a cena dos gatos mortos na beira da praia, o suicido de um personagem, tornado vampiro, numa canoa ao nascer do sol.

O elenco é bom, com destaque absoluto para Samantha Sloyan como a repulsiva beata Bev, sua caracterização é digna de vilã da novela das nove.

Fora isso, Missa da Meia-Noite é cheia de referências bíblicas, ao Salem’s Lot de Stephen King, ao Nosferatu, etc.

Claro que vale uma conferida.



 

 

Comentários

  1. 7 horas de vampiros católicos? Nem fodendo! hehehe Mas valeu pela dica e continue com o BLOGBLOB !!!

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    1. Não é tão ruim quanto parece, mas também não achei tão bom quanto falam. Hehehe.

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  2. Gosto mto! Mas vc apontou um problema do qual a série padece: o falatório! Vou cometer uma heresia -rsrs-, ao rever "O Imperador do Norte" eu o considerei superior ao clássico "Vinhas da Ira" no quesito "filmes sobre a era da depressão nos EUA", e o motivo foi justamente q Aldrich não tem conversa, vai direto ao ponto, e olha q Ford não era mto diferente, mas em "Vinhas..." aqui e acolá (e no final!) Ford resvala no tom discursivo.

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    1. A "Missa da Meia-Noite" falha no timing do falatório. Ultrapassa o interessante e chega as raias do enfadonho em muitos momentos.
      E obrigado pelo comentário Du Aguilar! Abração!

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  3. Vou ver se mantenho o hábito de passar por aqui! Abração!

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