Malenka (Espanha/Itália, 1969) – Amando de Ossorio

 ★★★

Antes de gravar seu nome no cinema de horror com sua clássica série dos zumbis cegos templários, partindo da obra-prima A Noite do Terror Cego (1972), Amando de Ossorio já investia no gênero, com resultados, ahn... digamos, um tanto duvidosos. Malenka foi uma dessas tentativas.

Conhecidos por títulos alternativos como Malenka la Vampire, Malenka, Nice of the Vampire, Fangs of the Living Dead, etc. 

Sylvia (a lendária sueca Anita Ekberg) é uma modelo italiana voluptuosa, que está de casamento marcado com o médico Piero (Gianni Medici), quando recebe uma carta de um tio que ela nem conhecia, e descobre que herdou um castelo em algum buraco do leste europeu.

Ao chegar na residência, a moça descobre que ela descendente de uma bruxa chamada Malenka, que transformou sua família em uma linhagem de vampiros, e o tio (o espanhol Julian Ugarte, o ‘bruxo’ do clássico Todas as Cores do Medo) quer transformar a moça em vampira.

Neste ínterim, chega à localidade, Piero com seu braço direito, o amigo afetado Max (César Benet).

Com belas locações em um castelo medieval espanhol. Malenka suga direto da fonte dos filmes da Hammer. O problema é que o filme tem um senso de humor que nos coloca na dúvida se é deliberado, como A Dança dos Vampiros de Polanski, ou se é fruto da incompetência generalizada, ou um pouco de ambos.

Como na cena em que Sylvia chega na taverna, administrada por duas taverneiras de seios fartos e decotes generosos, do vilarejo perto do castelo de seus ancestrais. Ao anunciar seu destino, rola um dos mais deliciosos clichês do cinema vampiresco: a taverna toda para abismada, olhando para a moça, e uma das taverneiras deixa cair um caneco de chopp tempos depois, numa das mais hilariantes falhas de timing. 

A despeito dos cenários, o guarda-roupa de Ekberg é de uma breguisse que daria chiliques em Rubens Ewald filho. Aliás, a própria atriz esta numa canastrice que fica difícil de acreditar que a moça já trabalhou até com Fellini em A Doce Vida. Na época chegaram a dizer que este filme foi o último prego no caixão da carreira da atriz (não seria a última estaca no coração?).

A trama tem um plot twist vagabundo, e um outro na cena final, que só melhora a insanidade toda.

A trilha de Carlo Savina seria reaproveitada no inferior La Notte dei Dannati

Impossível de ser levado a sério. Malenka é um bom passatempo cômico (involuntário?).




 

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