★★★
Antes de gravar seu
nome no cinema de horror com sua clássica série dos zumbis cegos templários,
partindo da obra-prima A Noite do Terror Cego (1972), Amando de Ossorio já
investia no gênero, com resultados, ahn... digamos, um tanto duvidosos. Malenka foi uma dessas tentativas.
Conhecidos por títulos alternativos como Malenka la Vampire, Malenka, Nice of the Vampire, Fangs of the Living Dead, etc.
Sylvia (a lendária
sueca Anita Ekberg) é uma modelo italiana voluptuosa, que está de casamento
marcado com o médico Piero (Gianni Medici), quando recebe uma carta de um tio
que ela nem conhecia, e descobre que herdou um castelo em algum buraco do leste
europeu.
Ao chegar na
residência, a moça descobre que ela descendente de uma bruxa chamada Malenka,
que transformou sua família em uma linhagem de vampiros, e o tio (o espanhol
Julian Ugarte, o ‘bruxo’ do clássico Todas as Cores do Medo) quer transformar
a moça em vampira.
Neste ínterim,
chega à localidade, Piero com seu braço direito, o amigo afetado Max (César
Benet).
Com belas locações
em um castelo medieval espanhol. Malenka suga direto da fonte dos filmes da
Hammer. O problema é que o filme tem um senso de humor que nos coloca na dúvida
se é deliberado, como A Dança dos Vampiros de Polanski, ou se é fruto da incompetência
generalizada, ou um pouco de ambos.
Como na cena em que Sylvia chega na taverna, administrada por duas taverneiras de seios fartos e decotes generosos, do vilarejo perto do castelo de seus ancestrais. Ao anunciar seu destino, rola um dos mais deliciosos clichês do cinema vampiresco: a taverna toda para abismada, olhando para a moça, e uma das taverneiras deixa cair um caneco de chopp tempos depois, numa das mais hilariantes falhas de timing.
A despeito dos cenários, o guarda-roupa de Ekberg é de uma breguisse
que daria chiliques em Rubens Ewald filho. Aliás, a própria atriz esta numa
canastrice que fica difícil de acreditar que a moça já trabalhou até com
Fellini em A Doce Vida. Na época chegaram a dizer que este filme foi o último prego no caixão da carreira da atriz (não seria a última estaca no coração?).
A trama tem um plot
twist vagabundo, e um outro na cena final, que só melhora a insanidade toda.
A trilha de Carlo Savina seria reaproveitada no inferior La Notte dei Dannati.
Impossível de ser
levado a sério. Malenka é um bom passatempo cômico (involuntário?).
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